segunda-feira, 3 de maio de 2010

Maioridade Futebolística: Santos Campeão Paulista 2010


O futebol é mesmo algo inexplicável. Em início de temporada os clubes se reforçam, trazem jogadores de renome, montam um time de "galáticos". No entanto, alguns dos mais desacreditados podem sagrar-se campeões. Foi isso que aconteceu no Campeonato Paulista desse ano. O Santos iniciou sua temporada como um time que, para muitos, só cumpriria tabela, os torcedores ainda estavam infelizes com a demissão do Vágner Mancini, raivosos com as péssimas atuações de Kléber Pereira, sem ter no que crer dentro de campo... então, eis que o técnico campeão da Segundona pelo Vasco e recém-contratado pelo Peixe, Dorival Junior, coloca alguns meninos de pouco nome para jogar. Acontece que a santástica torcida já havia visto esse filme antes: em 1978 e em 2002.
O Santos é um clube que sempre deu chances aos garotos da base, os chamados "Meninos da Vila". Em 1978, comandados pelos jovens Pita, Juary, Nilton Batata e João Paulo, o Peixe levou a taça do Campeonato Paulista daquele ano, sobre o temido São Paulo. Já em 2002, após sofridos 18 anos de jejum de títulos, o Santos tornou-se Campeão Brasileiro sobre o Corinthians, após ter se classificado em 8º (último lugar) na primeira fase do torneio - e os maestros da vez eram Diego, Robinho, Elano, Renato e Cia.
Em 2010, mais uma geração de Meninos da Vila - a 3.0 - nasceu na Baixada. Comandados por Neymar, Paulo Henrique Ganso, André, Pará e tantos outros, mesclados à experiência do ídolo Giovanni e do já consolidado Robinho, que voltou ao Peixe para se redimir de sua saída conturbada em 2004.
Ontem, dia 2 de maio de 2010, mais um brilhante capítulo da história do Santos foi escrito: o 18º título Paulista conquistado por uma equipe acostumada a gerar craques para o futebol mundial, que ainda apresentou a melhor campanha do campeonato, 10 pontos à frente do segundo colocado, além de ter marcado 100 gols na temporada. E o Santo André, a zebra do torneio, jogou como time grande e valorizou o título conquistado pelo Alvinegro Praiano. Foi bonito de se ver, mesmo com as expulsões infantis de jogadores experientes como Léo, Marquinhos e Roberto Brum, o Santos demonstrou uma raça além do que havia mostrado durante todo o campeonato - até então, o Peixe só havia jogado futebol-arte, daqueles que nos deixam inspirados e felizes por gostarmos de futebol. Mas, ontem, o Time da Vila jogou com fibra, com vontade, correndo atrás do placar adverso como se esse fosse o último jogo da vida de cada um dos jogadores em campo. A atitude de Paulo Henrique Ganso, de dizer que não seria substituído, que queria ficar em campo para lutar, foi o ato de um homem, que ganhou sua maioridade futebolística com esse 18º título e demonstra um pouco do que foi o jogo. E os deuses do futebol estavam mesmo conspirando para que o título fosse para a Baixada: duas incríveis bolas na trave chutadas pelo Ramalhão (uma aos 43 do 2º tempo) enchiam de esperança o coração dos torcedores do ABC e de medo os corações santistas - já que, se tomasse mais um gol, o título iria para Santo André.
Aos que diziam que os garotos tinham de ganhar algo para provar seu valor, recebam o que pediam. Santos Campeão Paulista de 2010 com todos os méritos, pelo bem do futebol.

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